Fachada da boate Kiss em outubro de 2012 e em 2023. Fotos: Google Street View/Reprodução
10 anos depois de tudo que já foi dito, sentido e sofrido, o que dizer? Primeiro, meu profundo respeito e solidariedade às famílias das 242 vítimas e aos mais de 600 sobreviventes, que nem sempre tiveram sua dor e sentimentos compreendidos por todos. A eles, um abraço apertado.
Em segundo lugar, um abraço a todos que também sofreram com essa tragédia, pois perderam amigos ou conhecidos, e àqueles que não mediram esforços para salvar vítimas naquela noite, seja dando uma carona, atendendo em hospitais, prestando apoio psicológico e de afeto, ou fazendo mutirões de ajuda com remédios e alimentos. São esses gestos que nos fazem ainda acreditar na humanidade.
Por último, e não menos importante, um apelo para que a justiça seja feita logo — seja condenando ou absolvendo quem tiver de ser —, para amenizar um pouco esse grande sofrimento das famílias e dos sobreviventes. Até porque repito algo que, infelizmente, é inevitável: essa tragédia foi tão grande que nenhuma Justiça conseguirá punir ou responsabilizar alguém, de forma perfeita e na medida correta. Que punição deveria ser dada a quem for considerado culpado por matar 242 pessoas? E vale lembrar que mais gente provavelmente contribuiu para a tragédia ocorrer, mas não foi parar no banco dos réus. Enfim, já dizia o músico Renato Russo: “E essa justiça, desafinada, é tão humana, e tão errada”. Mesmo assim, ela precisa ser feita.
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